Sobre o livro: 2016 / Pelo contexto político e ideológico em que o livro “Metástases de Prazer” foi criado, a experiência da guerra na Jugoslávia e o aumento da violência irracional e descontrolada na sociedade moderna. Utilizando a psicanálise de Lacan como base para um renascimento da teoria marxista, Slavoj Žižek explora o papel das mulheres na filosofia recente e na arte contemporânea, e a relação entre violência e relações de género. “Onde se pode compreender o “prazer como fator político” na sua forma mais pura? Numa famosa fotografia da época dos pogroms judaicos: um menino judeu é encurralado e cercado por um grupo de alemães. Este grupo é extremamente interessante - as expressões faciais de seus membros representam toda a gama de atitudes possíveis em relação ao que está acontecendo: um “gosta” diretamente, como um idiota, outro está claramente assustado (provavelmente por uma premonição de que ele pode ser o próximo ), o terceiro finge indiferença, que só é escondida por aquela curiosidade despertada - etc., até à expressão excepcional no rosto de um certo jovem, que está claramente envergonhado, quase enojado com tudo o que está acontecendo, ele não consegue ao entregar-se inteiramente aos acontecimentos, e ainda assim isso o fascina, ele recebe da situação um prazer cujo poder excede em muito a idiotice do prazer direto. E aqui ele é o mais perigoso de todos: sua indecisão trêmula é exatamente igual à do Homem dos Ratos; Freud notou a mesma expressão facial nesse paciente quando lhe contou sobre a tortura de um rato: “Quando [o Homem dos Ratos] contou os episódios principais desta história, seu rosto adquiriu uma expressão estranhamente complexa. Tive apenas uma interpretação: horror pelo prazer recebido, do qual o próprio paciente não tinha consciência».